sexta-feira, 13 de março de 2015

Começa a medir-se a partir daqui

Começa a medir-se a partir daqui. A ambição é sempre sair para muito longe, para onde os satélites são coisas reais com etiquetas de real: perímetro, área e vazio à volta. É esta, ou instância desta, a razão geométrica da linha. O raciocínio da existência das formas é uma função da sua delimitação. A ambição é sempre sair para muito longe, para onde se vê a delimitação de tudo. Isto é uma coisa que toda a gente sabe. Ver as criaturas mais distantes até ter a certeza absoluta de que não são criaturas, mas uma espécie de espontaneidade circunscrita a e circunstanciada por uma linha que é daqueles todos que são capazes de a seguir sem pensar muito. Em cima das paredes: a tinta e um obstáculo de vazio pertinente até mim, que sou, quase unanimemente, das formas e não desse vazio que me torna visível. Além disto só posso acrescentar a delícia demorada que seria se assim não fosse.  Um poder espontâneo para esticar o corpo indefinidamente, além do visível. Ir a matar o vazio. Acordar com  sensação de ter uma vontade muito acesa e pouco pensada de ser o próprio obstáculo que é o vazio pertinente e ficar assim o dia todo. Ser uma área sem perímetro que vai de mim até mim. Até mim, claro. A ambição é sempre sair para muito longe. De resto, eu; com coisas reais e visíveis pelo meio. Achar que se é: maneira lógica, ou instância dessa maneira lógica maior, de acreditar nalguma coisa que não se seja capaz de seguir sem pensar muito.

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