terça-feira, 30 de setembro de 2014

Texto 51

O que tenho para dizer é convencer-te e foi para isto que aqui vim dizer: foi mentir-me aquilo que tenho feito. Esqueci-me de agendar que era para me despir depois de te teres ido embora da sala de jantar e fiquei ofendida porque não agendaste que tinhas de ter voltado para junto do meu corpo uns minutos depois. Posso aceitar que me perdoaste e posso perdoar que não me tenhas aceite, mas continuarei a mentir-me até me vedar de ti como te vedaste de mim durante tanto tempo que dá tempo a uma rapariga deixar de ser a rapariga para passar a ser a mãe. Hei de criar uma nossa senhora com o meu nome pois é assim que me sinto e isto é uma coisa que não costumo dizer. Só digo porque tu concordarás certamente que todos os sacrifícios individuais têm o mesmo tempo ainda que de tempos diferentes sejam. As coisas fundamentais são realíssimas e portanto só podem pertencer ao superlativo da função rigorosamente regular de sujeitamento sob o sinal físico. Assim se esbate o sinal físico para deixar de corresponder àquilo que se pensa. Aprendi a falar universalmente contigo para que não deixes queimar os ovos nos buracos em que lá terás de sentir para entender. Deste modo só te dou espaço para sentir depois de entenderes e aí já tens os ovos estrelados e podes dar-te de comer. Fatalmente, eu não vou estar à mesa. 

Sem comentários:

Enviar um comentário