sexta-feira, 6 de junho de 2014

e eu tenho lá culpa da arrogância do meu marido

minha senhora ouça tenha calma. minha senhora. mas tenha calma. ó e eu tenho lá culpa da arrogância do meu marido! tenha paciência! sim. sim. sim. e depois? sim. sim. mas ponha-se na minha posição. sim. ouça minha senhora. ponha-se lá na minha posição. ponha-se lá na minha posição. e. e diga-me se não vinha. pooois. sim. sim. mas pare lá de falar da arrogância do meu marido. pare lá de falar da arrogância do meu marido. defendo. defendo claro. então não defendo? então mas a senhora quer que eu faça o quê à arrogância do meu marido? ó minha senhora   pois. mas eu conheço o que tenho em casa e é mesmo assim. e olhe que não precisei. e olhe que não precisei de comprar casa com ele para lhe saber da arrogância. ai digo digo. então não digo? foi. foi. exactamente. pela arrogância. sim. sim. apaixonei-me pela arrogância. pois não. pois não. olhe não é bonito é a senhora estar-se aqui a meter onde não é chamada. mas o meu marido está ali senhora. o meu marido está mesmo ali ao fundo. sim. sim. não. não incomoda nada. não. acha querida? nem pensar. pois não. acha? não. nem pensar! com certeza. não não! eu faria o mesmo. sim. sim. sim. espere. ó Zé! ó Zé achas que podes receber aqui esta senhora? o que é que a senhora quer? diz que lhe falaste com arrogância. ó Zé não. não. eu não dou confiança Zé! Zé tu achas que eu estou a dar confiança à mulher? tem paciência Zé. Zé. Diz lá pá. sim? Zé! ó Zé então e eu é que tenho a culpa da prepotência da senhora? queres que mande a senhora embora? e eu é que estou a falar em frente à senhora Zé? Ó Zé    tem paciência. deixo estar? ó minha senhora diga-lhe você. grite! eu não vou dizer uma coisa dessas ao meu marido. não! não concordo nada. nem no fundo no fundo. alguma vez? minha senhora. a senhora não me envenene. porra Zé não estou a dar confiança à mulher! sei lá porque é que a mulher não desaparece. ai não me aguentas? ai não me aguentas? ta bem. ta bem.

e desatou ali a chorar. Zé e a senhora foram consolá-la. a senhora esqueceu a arrogância de Zé e Zé a arrogância da senhora. quando a mulher de Zé parou de chorar e brincou    a senhora foi logo embora  a dar pontapés numa moeda grande que não apanhou e Zé amuou durante o fim de semana todo e   de vez em quando lá olhava de alto a baixo para a mulher que lhe sorria e dizia baixinho ó rico filho. 

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