sábado, 8 de fevereiro de 2014

Esquecem-se que primeiro foi o verbo; não o acto!


A primeira fenda mãe
Rasgo pai
Furo deus
Do buraco que me divide
Desapareceu.

Agora eu rezo
Para que não tenha fim...
Pelo redondo das coisas;
Religião que vou praticando;
Nos intervalos de me ver. 

Conto isto a toda a gente
Conto isto de várias maneiras

Para que me distorçam muitos
Longe do meu centro.
Para que eu não deixe nunca de gravitar
Para que o espaço vá crescendo para mim.

Para que eu passeie eternamente 
Imune à eventual vontade de resolver
O que só se poderia curar
Se fosse privado.
Eu não sou privada.

Publicar a sério é baralhar
Todos e cada um para um fim
Impronunciável sem refutação:

"Agir contrariamente ao cálculo
Que quem publica sente
(Átomo de imaginação suícida,
presente do criador que só o cheira)
É estar doente do encaixe."

Basta ganhar-lhe a pele, portanto.
Apaixona-te por talha tua
E conta o vazio ao Mundo
Tendo a absoluta certeza
Que a estética te separa dele.

Tem a absoluta certeza
Que tendes Deus como bis
(De quem herdastes a infinitude)
Que tendes Cristo como avô
(De quem herdastes a teima)
Que tendes o rebanho como filho
(A quem tens de te contar profeta).

Ninguém ilegitima
O filho da beleza.

A vida é breve;

As linhas mudas não dão certeza
Dá a voz de quem as veste.

Ajoelharam-se calados.

Há que amar a beleza disto
Semeá-la nas plantas dos pés
Dogmatizar o seu crescimento e
Ir levitando...














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