terça-feira, 18 de março de 2014

beber água contigo


carinho suspirava saudade


devagar,

no pescoço requebrado

em oco, em nuvem, em traço

aberto,



estes lábios escondiam

em fios, em caracóis, em ondas

saudade prostrada


no peito azul

de crosta, de céu, de destino 

estas mãos evanesciam


em ar feito para agarrar

ofertas essas mãos permaneciam

abanando a cabeça


nunca mo peças.

sempre to negarei


carinho

suspirava mais devagar


mais de-va-gar

morria afónico

como se morre bem.